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Friday, November 4, 2011

Fenabrave suaviza queda das vendas



Pedro Kutney, AB
http://www.automotivebusiness.com.br/

A associação dos concessionários, a Fenabrave, suavizou a queda generalizada das vendas de veículos no País em outubro, de 7,4% sobre setembro e de quase 10% em relação ao mesmo mês de 2010. Com 280.608 emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o resultado quebrou a sequência de cinco meses anteriores acima das 300 mil unidades vendidas mensalmente. Mesmo assim, Sérgio Reze, presidente da entidade, sustenta a projeção de crescimento de 6% nas vendas totais deste ano em comparação com 2010, pois avalia que outubro teve movimento atípico, o que não deve se repetir em novembro e dezembro.

“Uma série de fatores tumultuaram o mês, afetando o resultado final”, avaliou Reze. “Primeiro, houve as medidas e contramedidas do aumento do IPI para importados. Esse vai-e-vem impactou negativamente nas vendas de veículos que vêm de fora do México e Argentina”, disse. “Mas o motivo principal foi o ponto facultativo do dia 28, quando alguns Detrans não trabalharam, com queda abrupta de emplacamentos”, lembrou, mostrando que na data foram licenciados apenas 4.102 veículos novos, o que puxou para baixo a média diária.

Na maior parte dos dias úteis de outubro, o volume de emplacamentos ficou acima de 13 mil unidades/dia. Reze destacou que, não fosse a queda do dia 28, “outubro teria sido quase igual a setembro”. Por isso, para ele, não há crise e as vendas seguem no ritmo projetado. “Às vezes o número macro não mostra toda a realidade. Não há pânico. Houve apenas um movimento sazonal que deverá ser compensado nos próximos meses”, avaliou.
Dois cenários
Para comprovar sua análise, Reze mostrou dois cenários: um considerando o dia 28 e outro sem levar em conta a data em que a maioria dos Detrans ficou parada. Na primeira opção, com 20 dias úteis, a média diária de vendas de 13.191 automóveis e comerciais leves representou queda de 5,65% sobre as 13.981 unidades de setembro – ainda assim um porcentual de recuo bem menor do que o tombo de 10% verificado no mês todo para veículos leves. No segundo comparativo, somando apenas 19 dias úteis, a média diária sobe para 13.885, o que significa um leve retrocesso de 0,69% ante o mês anterior – ou seja, mostrando quase estabilidade no ritmo de emplacamentos.

Em ambos os cenários, a maior queda foi verificada nas vendas de automóveis e comerciais leves importados de fora do México e Mercosul. Considerando 20 dias úteis, a média diária de emplacamentos desses modelos caiu 21,88%, de 1.683 em setembro para 1.315 em outubro. Já para veículos vindos dos países com os quais o Brasil mantém acordos de livre comércio os negócios diários cresceram 7,52%, de 2.063 para 2.219. Levando-se em conta 19 dias úteis, os importados registraram recuo de 17,77% nos licenciamentos diários, de 1.683 para 1.384, e os que vêm do México e Mercosul apresentaram expansão de 13,18%, de 2.063 para 2.219 por dia em outubro.

No acumulado de janeiro a outubro, em todos os cenários, as vendas seguem em alta moderada. Nos primeiros dez meses do ano foram emplacados 2,96 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que significou expansão de 5,6% sobre o mesmo período de 2010.
Desempenho por segmento
AUTOMÓVEIS – É o segmento que apresenta a maior queda. Os 203.613 emplacamentos de outubro representaram tombo de 10,3% sobre setembro e de 10,8% contra o mesmo mês de 2010. Com quase 2,2 milhões de automóveis novos licenciados em dez meses, o volume acumulado do ano aponta inexpressivo crescimento de 2,3%.

COMERCIAIS LEVES – O segmento emplacou 60.206 unidades em outubro, com recuo de 9,7% sobre setembro e leve alta de 1,6% diante do mesmo mês de 2010. No ano, os 626.951 comerciais leves vendidos indicam crescimento substancial, de 15,9%. O desempenho é inflado em parte pelas restrições ao tráfego de caminhões em algumas cidades brasileiras.

CAMINHÕES – As vendas estão perdendo fôlego, ao contrário do que se esperava no início do ano, quando a maioria dos analistas apontava que o mercado seria inflado em mais de 20% pelo movimento de pré-compra de caminhões, incentivado pela entrada em vigor, em janeiro de 2012, dos novos limites de emissões para motores diesel previstos no Proconve P7. Foram emplacados 13.872 caminhões em outubro, número que representa tombo de 7,2% sobre setembro e pequena alta de 2,8% sobre o mesmo mês de 2010. No ano foram vendidas 143.613 unidades em dez meses, em crescimento abaixo das expectativas, de 14,5% em comparação ao mesmo intervalo de 2010.

ÔNIBUS – É o segmento que mais cresce em 2011, mas em outubro, com 2.917 chassis vendidos, houve recuo de 6,5% sobre setembro. Ainda assim, o volume mensal é quase 40% maior do que o registrado em outubro de 2010. De janeiro a outubro a expansão nas vendas de ônibus também é expressiva: 22%, com 28.272 unidades comercializadas.

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