Toyota se arma com a renovação de Hilux e SW4 para novas batalhas entre utilitários
por Eduardo Rocha
Auto Press
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Hilux e SW4 nunca tiveram a vida fácil que a Toyota sonhou para elas na época do lançamento da atual geração, em 2005. Embora tenham um relativo sucesso, o bom custo/benefício da Chevrolet S-10, no primeiro caso, e a forte chegada de SUVs coreanos no segundo, não deram trégua aos modelos da marca japonesa. Agora, em 2012, as coisas devem mudar.
Os utilitários medios-grandes produzidos em Zárate, na Argentina, vão enfrentar seus principais rivais, da Ford e da Chevrolet, completamente renovados. A nova geração da Ranger chega ainda este ano e da S-10, no início do ano que vem. Daí a Toyota ter resolvido modernizar visualmente Hilux e SW4, adicionar alguns equipamentos e ainda prometer, para o início de 2012, uma versão flex para seus veículos - um motor de quatro cilindros, 2.7 litros e 158/163 cv com gasolina e etanol.A falta de uma motorização flex deixava a Hilux de fora de uma suculenta fatia do mercado – desfrutada basicamente pela S-10 –, que corresponde a 30% de todas as picapes vendidas no país. E isso incomodava a tal ponto que a Toyota inventou até uma liderança relativizada, “em motorização diesel”, para poder colocar a Hilux no alto de algum pódio. Com a nova cara, a marca japonesa espera emplacar 40 mil Hilux em 2012, que representariam um crescimento de 25% sobre as 32 mil vendas programadas para 2011. Delas, 35 mil unidades seriam com motor diesel e outras 5 mil flex. Este volume em um ano não seria verdadeiramente um desfalque para a S-10.
Embora a Toyota esteja guardando a motorização flex para quando o Carnaval chegar, o principal atrativo da linha já aparece nas concessionárias em novembro. As mudanças externas são sutis, mas infinitamente mais efetivas que as “novidades” do face-lift anterior, feito em 2008. No interior, nas versões de topo, elas são até mais marcantes, com um evidente ganho de requinte – uso de madeira escura, inclusive no volante, couro e alumínio. E, principalmente, por conta do novo desenho do painel – que na versão SRV ganhou um display colorido de 6,1 polegadas para o controle do sistema multimídia.
As alterações externas foram até abrangentes – atingiram para-choque, grade, capô, para-lamas e faróis –, mas sempre de forma discreta, sem alterar o estilo básico dos modelos. Em linhas gerais, os traços ficaram mais marcados e os vincos do capô agora invadem a grade dianteira - em um recurso parecido com o utilizado nos modelos da Hyundai. A Hilux ganhou uma grade com aletas mais estreitas e grade em cinza, enquanto a SW4 tem grade cromada e uma nova entrada de ar sob o para-choque com moldura negra, que acomoda os faróis de neblina.
Os conjuntos óticos estão mais volumosos e se projetam para além da carroceria, como ocorre nos sedãs da marca. Os da Hilux são simples, de dupla parábola e com contornos mais retos, enquanto os da SW4 ganharam um canhão na parte interna para receber os faróis de xenônio. Atrás, o conjunto de luzes é também a maior diferença. Na Hilux, as lanternas ganharam um desenho mais esculpido enquanto no SUV elas ficaram com um estilo meio “tunning”. Nas laterais, tanto as molduras das caixas de rodas quanto os para-lamas têm agora vincos bem suaves.
No novo corte que a Toyota desenhou para os dois utilitários, as versões 4X4 ficaram de fora, até que a motorização flex seja lançada. As versões flex 4X2 devem ficar, pelo menos, R$ 15 mil mais baratas que a correspondente a diesel e tração integral. Isso pode até ser um “fato novo” para ser anunciado na época que os rivais de Chevrolet e Ford estiverem ainda se ambientando com o mercado, mas não será suficiente para tornar o preço dos carros da Toyota uma forte razão de compra.
Na Hilux, a cabine simples mais barata parte de R$ 85 mil e vai, num escalada vertiginosa, até os 142 mil da nova versão SRV Top - este “Top” define que o modelo passa a ter controle de estabilidade e tração. No caso da SW4, que só chega ao Brasil na versão SRV, a novidade em termos de segurança foi a adição de airbags laterais e de cortina. O modelo mais em conta é a V6, que parte de R$ 157 mil. A mais cara, a diesel, custa R$ 170 mil na versão de cinco lugares – que estava fora de linha desde 2008 – e R$ 175 mil com sete lugares. Caso ganhe a versão 4X2 e o motor flex, como pretende a Toyota, o preço do SUV começaria em torno de R$ 140 mil. A dúvida que fica é se o nome SW4 seria mantido em um modelo sem tração nas quatro rodas.
Primeiras impressões
Novidades, só no front
Bento Golçalves/RS - A Toyota resolveu apostar nos dois principais motivadores do consumidor brasileiro: estética e preço. O primeiro argumento já é palpável, que são as mudanças promovidas na Hilux e na SW4. O segundo, com anúncio antecipado em três ou quatro meses, é uma tentativa de “embarreirar” um pouco as vendas dos dois novíssimos rivais de nome antigo que chegam na virada do ano, Ranger e S-10.
Tecnicamente, as mudanças são bastante tímidas. Ganhou faróis de xenônio, airbags laterais e de cabeça e lanternas de led na SW4. A espuma dos bancos também foi retrabalhada para eliminar uma certa vibração transmitida pelas longarinas em terrenos irregulares. No caso da Hilux, a novidade é o controle de estabilidade e tração. Nos dois modelos, uma modificação marcante foi no painel. As linhas ficaram mais horizontalizadas, o que ampliou a sensação de largura do habitáculo. O volante ganhou um novo desenho, com mais comandos, agora pode ser conectado a um celular via Bluetooth, e bem mais requintado, principalmente na SW4, que mistura madeira escura com couro e peça em alumínio.
A maior novidade, nas versões top, é o sistema multimídia, com monitor de 6,1 polegadas touch screen, que controla som, telefone, mas não possui GPS. O painel de instrumentos também foi redesenhado. Antes eram três áreas circulares separadas, que agora se fundiram. A iluminação é eletroluminescente tem tons azulados na SW4 e âmbar na Hilux. O computador de bordo fica em um pequeno visor, no alto do console central. Porta-copos e porta-objetos se espalham pela cabine, que tem um acabamento bem caprichado.
Em movimento, nenhuma diferença. Os utilitários da Toyota são apoiados em longarinas extremamente rígidas, o que melhora o desempenho no asfalto, mas maltrata os ocupantes em trechos irregulares e de off-road. A suspensão traseira do SUV ainda é multilink, o que permite um acerto mais delicado, mas a picape, com feixe de molas, tem reações bem truculentas. Os dois modelos com motor diesel mostram um comportamento típico. Ou seja: nenhum sinal de esportividade. Mas como têm o torque plano em um amplo regime de giros, vai dando velocidade ao modelo de forma contínua e pouco perceptível. Isso, claro, se estiver em uma estrada bem pavimentada.
Ficha técnica
Toyota SW4 SRV
Motor: A diesel, dianteiro, longitudinal, 2.982 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e turbocompressor de geometria variável. Acelerador eletrônico e injeção direta do tipo Common Rail.
Transmissão: Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré. Tração integral.
Potência máxima: 163 cv a 3.400 rpm.
Torque máximo: 35,0 kgfm entre 1.400 e 3.200 rpm.
Diâmetro e curso: 96 mm X 103 mm. Taxa de compressão: 17,9:1.
Suspensão: Dianteira independente, com braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira do tipo four link com molas helicoidais.
Pneus: 265/65 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Utilitário esportivo em chassi sobre longarina, quatro portas com cinco ou sete lugares. Com 4,70 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,85 m de altura e 2,75 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina.
Peso: 1.995 kg.
Capacidade do porta-malas: 575 litros.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: Zárate, Argentina.
Lançamento no Brasil: 2005.
Itens de série:
SRV: Ar-condicionado digital, banco do motorista com regulagem de altura, coluna de direção ajustável em altura, computador de bordo, cruise control, revestimento de couro, rádio/CD/MP3/USB/AUX com tela sensível ao toque de 6,1 polegadas, câmara de ré, relógio digital, trio elétrico, acabamento em padrão madeira, rodas de liga leve de 17 polegadas, airbags frontais, laterais e de cortina, controle de estabilidade e de tração, ABS com EBD e BAS e faróis de neblina.
Preço: R$ 170.400 (R$ 174.900 com 7 lugares).
Toyota Hilux Cabine Dupla SRV
Motor: A diesel, dianteiro, transversal, 2.982 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e turbocompressor de geometria variável. Acelerador eletrônico e injeção direta do tipo Common Rail.
Transmissão: Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré. Tração integral com reduzida acionada por alavanca.
Potência máxima: 163 cv a 3.400 rpm.
Torque máximo: 35,0 kgfm entre 1.400 e 3.200 rpm.
Diâmetro e curso: 96 mm X 103 mm. Taxa de compressão: 17,9:1.
Suspensão: Dianteira independente, com braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira com eixo rígido, molas semi-elípticas de duplo estágio.
Pneus: 265/65 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS.
Carroceria: Picape em chassi sobre longarina com quatro portas e cinco lugares. Com 5,26 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,86 m de altura e 3,08 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.935 kg.
Capacidade da caçamba: 1.036 litros.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: Zarate, Argentina.
Lançamento no Brasil: 2005.
Itens de série:
STD: Acendimento automático dos faróis, ar-condicionado manual, banco do motorista com regulagem de altura, coluna de direção com regulagem de altura, hodômetro parcial, rádio/CD/MP3/USB/AUX, relógio digital, trio elétrico, volante multifuncional, airbag duplo e ABS.
Preço: R$ 93.260.
SR: Adiciona vidro elétrico com one touch, sistema de travamento central das portas com controla na chave e luz de leitura individual.
Preço: R$ 111.800.
SRV:Adiciona ar-condicionado digital, bancos de couro, computador de bordo, travamento automático das portas, faróis de neblina, comando do computador de bordo no volante, cruise control, rádio com tela sensível ao toque de 6,1 polegadas, câmara de ré e ajuste elétrico do banco do motorista.
Preço: R$ 127.260 (R$ 134.410 na versão automática).
SRV Top: Adiciona rodas de liga leve de 17 polegadas, controle de estabilidade e de tração e freios com BAS e EBD.
Preço: 141.920.
Fonte:motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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