Renato Pereira especial para Autos&Máquinas
A MG – Morris Garages UK, fundada por William Morris e Cecil Kimber em 1923 em Oxford, Inglaterra – vem mantendo sua política de implantação e crescimento metódica e firme, bem ao estilo britânico, aqui no Brasil, cujo plano é abrir uma concessionária por mês até o final de 2012 por todo o país, na contra-corrente do imediatismo típico que estamos assistindo com a avalanche de estréias, esperando vender, até agosto de 2012, um volume de 1.500 unidades, e 5 mil carros por ano em um prazo de 4 anos, empregando a estratégia que foca a rede de concessionários, estimando 15 pontos de vendas em 2011 nas principais capitais e chegar a 25 concessionárias em 2012. A oferta de sete anos de garantia para os carros reforça a confiabilidade e segurança propostas pela montadora. Os modelos de entrada em nosso mercado são o MG 550 Sedan e o MG 6 Fastback.
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MG550 |
O modelo MG550, assim como o M6, tem motorização 4 cilindros, DOHC (comando de válvulas duplo no cabeçote), 1.8 Litros, Turbo, com 170 Cv, a gasolina; a transmissão é automática tiptronic seqüencial + paddle shift, de 5 velocidades, com tração dianteira. Tem 4,63 metros de comprimento, 1,48 metros de altura e 1,83 metros de largura, e porta-malas gigantesco com 458 Litros de capacidade, tendo sido desenvolvido em plataforma da “era” que a marca era controlada pela BMW; seu design, como todo modelo britânico, é sóbrio, porém bonito e agradável, como os vincos marcantes nas laterais, dianteira com harmonioso grupo óptico coerente com a grade frontal, e a traseira com lanternas que rasgam a lateral e a tampa do porta-malas. Linhas limpas e sem os exageros estilo “carro do Jaspion”, que enjoam rapidamente, tornam o MG550 um excelente modelo par quem busca conforto com discrição. É calçado com rodas de liga leve aro 17” montadas em pneus 205/50/17” e freios a disco, com ABS. Por dentro é bem bonito, com painel de instrumentos digital, tela de LCD de 6,5” com sistemas de GPS e áudio, bancos com comando elétrico revestidos em couro, volante multifuncional com comandos de áudio, telefonia e cruise control, teto solar, câmera de ré, ar-condicionado digital, seis airbags, controle de estabilidade e tração, sensor crepuscular, sensor de chuva, monitoramento da pressão dos pneus, retrovisores com aquecimento e grande gama de “siglas” eletrônicas atestam excelente segurança ao dirigir. Tudo isso embarcado, aliado ao fato da carroceria ser em aço galvanizado, tem seu preço, com o MG 550 pesando 1.486 Kg. O modelo, com valor de mercado em R$ 94.798,00, e concorre diretamente com VW Jetta TSi Highline 2.0, R$ 89.520,000, Ford Fusion, R$ 83.660,00 e Honda Accord, R$ 99.800,00.
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MG6 |
O modelo MG6, em termos de dimensões, mecânica, peso, eletrônica e tecnologia embarcada é praticamente idêntico ao MG550. O diferencial está, mesmo, no design, sendo simplesmente um carro sem similar e não tem rivais semelhantes ou concorrentes diretos de seu porte no mercado brasileiro. O MG6 custa R$ 99.789,00, posicionando-se abaixo dos R$ 100.000,00, e promete entrar com força na disputa de mercado.
Dentro de sua programação de crescimento programado, novos modelos, com valores bem acessíveis estão listados para desembarcarem por aqui. Em outubro chegam o MG350, um bonito sedã com valor estimado em R$ 67.000,00 e concorrer diretamente com Honda Civic e Toyota Corolla. Mas é o modelo compacto MG3, o “Supermini”, com preço na casa de R$ 56.000,00, que realmente poderá alavancar a marca no país. O carro, destinado teoricamente ao público jovem, tem 4,0 metros de comprimento, 1,52 metros de altura e 1,73 metros de largura, um pouco maior do que o Chevrolet Agile, interior com linhas inovadoras, rodas de liga leve 15” calçadas em pneus R15 e sistema de áudio hi-tech são alguns de seus principais atrativos. O design do MG3 tem formas robustas e esportivas, os cantos no capô, superiores aos faróis, são arredondados e unidos às linhas laterais do automóvel. Na dianteira, a grade frontal contrasta com o pára-choque e suas linhas, criando um ar agressivo, o mesmo acontecendo com a traseira, ponto alto dos modelos da MG Motors, que equaliza o design da dianteira com as laterais e incluem a traseira no “pacote”, ao contrário da esmagadora maioria das montadoras mundo afora, que normalmente estragam um modelo por assassinarem a traseira. É impulsionado por um motor 4 cilindros, 1.5 Litros, 16 válvulas, a gasolina, com 109 Cv de potência, e a versão mais potente tendo motor turbo com 156 Cv, câmbio manual ou automático de cinco marchas + shift paddle, e tração dianteira. Os itens de série, como em todos os lançamentos da MG, estão presentes por completo, como sistema de som XBM, seis auto-falantes, entrada auxiliar e USB, ar-condicionado digital, bancos em couro, teto solar elétrico, sensor de estacionamento, direção hidráulica, alarme com travas e vidros elétricos.
A segurança fica a cargo dos airbags frontais, freios a disco ventilados com ABS, EDB, CBC e BA, sistema de segurança Euro-TC1 Anti-Theft e sistema de monitoramento de pressão dos pneus. O preço por tudo isso? Bastante atraente, entre R$ 22.800,00 e R$ 25.800,00!
Como se pode ver, é possível colocar no mercado produtos de qualidade a preços coerentes; tem “profissionais” da área automotiva que estão propagando aos quatro ventos que os carros da MG Motors UK são o que o jargão das ruas classifica como Ching-Ling, ou seja, chineses, ou seja, de baixa qualidade, ou seja, estes chamados “sem-noção” não sabem do que estão falando. Basta ter mais de 4 neurônios, conhecer do assunto e ter bom-senso para se analisar – e sozinho – que qualquer produto, de qualquer segmento, em qualquer canto industrializado do planeta, cria sub-produtos semelhantes, normalmente escancaradamente copiados, porém manufaturados com tecnologia e matéria-prima ultra-inferior, o que derruba consideravelmente seu valor de produção e, logo, seu valor de comércio. A BMW tem uma montadora na Tailândia, a Lotus Cars pertence à Proton, da Malásia, e os desejados pneus de alta performance da Dunlop e Continental são fabricados na Índia. Serve de exemplo? Então, é a qualidade, a tecnologia e o material empregado que define o posicionamento dos produtos na escala comercial. Que esta avalanche de carros importados oriundos dos 4 cantos do planeta confunde, confunde. Que tem um monte de porcaria sendo oferecida no mercado, tem. Que já foi enfiada goela abaixo do consumidor brasileiro muita tranqueira européia, foi. Por anos a fio, diga-se de passagem. O que fazer, então, para não comprar gato por lebre? Se informar, estudar o histórico da montadora, analisar, testar e calcular custo + benefício + garantia + valor do seguro + valor do IPVA + desvalorização. Simples!
Renato Pereira