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Friday, July 29, 2011

José Leite Mesquita comenta relatório do BEA sobre a queda do voo Air France 447



Airbus A-330 igual ao acidentado

A aeronave entrou em atitude anormal e os pilotos não detectaram os avisos, sonoros e físicos de indícios de perda de sustentação, permitindo que a aeronave entrasse em atitude anormal. Pilotos civis, não recebem, hoje em dia, treinamento para retiram manualmente um avião dessa situação - perda de sustentação e provável entrada "em parafuso.
Acidente com o voo Air France 447. Saiu o relatório do "Bureau" francês de investigação de acidentes aeronáuticos. Conforme sustentei aqui, nos blogs e em discussões diversas, a falha dos tubos de 'Pitot' NÃO foi a causa do acidente com o fatídico voo que ia do Rio para Paris. Foi uma seqüencia de falhas de procedimentos, operacionais e inexistência de treinamento adequado da tripulação. 



Quando conseguiram corrigir a atitude anormal da aeronave, já estavam em baixíssima altitude não conseguindo evitar o choque com o oceano. Tanto é assim que o avião, como se diz popularmente, não “caiu de bico”, e sim quase que como fazendo um pouso de barriga. Amigos pilotos, infinitamente mais experientes que eu, garantem que se fosse um piloto militar nos comandos, provavelmente o acidente não teria acontecido, pois faz parte do treinamento de Piloto de Caça o preparo para lidar com esse tipo de voo anormal, a noite, sem visibilidade e sem indicador visual do horizonte. Ainda vai nascer o caso de a inoperância de um tubo de 'Pitot' causar a queda de uma aeronave, principalmente uma com a tecnologia embarcada de um moderno Airbus.

Existe um fenômeno físico-biológico pode provocar uma alteração no labirinto do ouvido humano durante o voo, provocando o que se chama de “desorientação espacial”. Tal fenômeno faz com que o piloto não só não identifique em que posição o avião se encontra no espaço - inclinado, descendo, subindo, em voo invertido, etc., - como faz com que desconfiemos, duvidemos e contrariemos as indicações fornecidas pelos instrumentos.

Fui crucificado, desde o dia do acidente, por defender que o 'Pitot', pelo menos isolada e unicamente, não seria a causa do acidente. Argumentaram que eu estava querendo ser mais "sabido" que as "otoridades" e os milhares de "especialistas televisivos", que surgem não se sabe de onde, para palpitarem sobre as mais estapafúrdias teorias, e sobre quaisquer assuntos. Desde Física Nuclear até a formação de varicocele nos testículos das cabras dos Alpes Suíços.

Fui um modesto piloto comercial, de aeronaves de pequeno porte - no máximo jatos executivos -  e também instrutor de voo, de aerodinâmica, meteorologia, motores e navegação aérea. Assim, detenho o conhecimento básico para me expressar sobre o assunto com razoável conhecimento. Que aprendam: a função da mídia e especialmente da televisão, é produzir o maior número possível de imbecis, incapazes de pensar por conta própria e/ou questionarem as "verdades absolutas" regurgitadas pelos "çabios" televisivos.

Vamos ver se a mídia venal irá cobrar, das companhias de lucros aéreos, ops, transportes aéreos, o porquê da ausência - antigamente era parte obrigatória dos treinamentos - desse tipo de treinamento para as tripulações dos aviões hoje em dia. Será que é por causa dos custos? Será?

Independente do problema com 'Pitot' o alarme (que é sonoro e visual - uma luz piscante no painel de voo e uma campainha estridente) de "stol", (perda de sustentação da aeronave), tocou por 45 segundos na cabine. Esse dado, divulgado pelo “bureau" francês, deve ter sido obtido nas gravações colhidas do 'Data Record' - conhecidas como caixas-pretas, que na realidade são de cor laranja. São duas, essas caixas existentes em todas as aeronaves. A 'Data Record', que grava parâmetros do voo, e a 'Voice Record' que grava a fonia entre os pilotos, a base de operações da companhia e com os controladores de voo.

CORRIGINDO:Estou lendo aqui no site do 'Le Figaro', que o alarme de "stoll" tocou por infindáveis - em termos de tempo aeronáuticos, uma eternidade - 54 segundos e não por 45 -, o que torna o fato mais relevante para 'absolver' o indefeso 'Pitot'.

Atualmente, somente pilotos militares, principalmente os de aviões de caça, recebem treinamento, duríssimo, e constante, para operar aeronaves que entrem em atitude anormal, o que é um fato passível de acontecer em combates aéreos, em virtude das manobras abruptas, em alta velocidade, a que são submetidos. Daí muitos pilotos de grandes jatos comerciais, entenderem que se tal treinamento continuasse hoje em dia a ser parte da formação de pilotos civis, seria provável que os pilotos do voo 477 teriam conseguido evitar o acidente, principalmente levando-se em conta, que o fato ocorreu à grande altitude, porque um "stoll" a baixa atitude é mortal, por não haver altitude suficiente para se usar o mergulho em queda livre e a potência dos motores para obter ganho de velocidade e readquirir sustentação.




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