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Thursday, October 27, 2011

Voltamos no tempo primeiras impressões: Audi Sport Quattro 1984



Em 1984, Stig Blomqvist venceu o Rali da Costa do Marfim colocando de lado o Audi Sport Quattro, geralmente na lama. Em 2011, representantes da Audi deixaram que eu andasse na versão de rua, comportado e com as rodas sempre acompanhando o trajeto em uma pista particular. Blomqvist pode ter se divertido mais, mas nem por isso meu coração deixou de bater como se estivesse prestes a abrir um buraco no meio do peito.



Em uma era pré-histórica antes do Mitsubishi Evo e do Subaru STI, havia os muscle cars e os esportivos tradicionais, e nenhum deles era movido por mais do que duas rodas. E então, em um fatídico dia em 1979, a FISA (hoje parte da FIA) permitiu – ou foi manipulada para permitir, dependendo da pessoa que conta a história – que a Audi inscrevesse no Campeonato Mundial de Rali um veículo com tração integral.

O resultado – uma nova categoria, virtualmente ilimitada, conhecida como Grupo B  – chegou em 1982, e os fabricantes iniciaram uma corrida tecnológica sem igual. A tração nas quatro rodas se tornou uma vantagem técnica, não apenas uma ferramenta para senhores de barba que assassinam os amiguinhos do Bambi.

De cara, a Audi dominou o Grupo B com seu cupê Quattro. Mas logo máquinas especiais com motor central como o Peugeot 205 T16 e o Lancia Delta S4, tomaram o seu lugar. A resposta da Audi foi juntar seus engenheiros para construir um protótipo supersecreto de motor central que segundo boatos produzia mais de 1.000 cavalos.

O misterioso protótipo “Grupo S” se perdeu em meio a uma disputa de poder, ao que tudo indica. Ferdinand Piëch exigiu que o modelo de rali da empresa fosse baseado em produtos disponíveis nas lojas da marca.

E assim, os engenheiros atacaram o problema da distribuição de peso no carro com uma versão oficina de uma espada katana, fatiando o entre-eixos do Quattro entre as colunas B e C em cerca de 30 centímetros. Eles criaram ainda uma levíssima carroceria de carbono-kevlar e aumentaram a potência do cinco cilindros turbo (agora com 2,133 litros) para a casa dos 400 cavalos com um cabeçote de 20 válvulas e bloco de alumínio. Uma versão limitada para as ruas foi planejada para atender às regras de homologação.

Essa versão foi o Sport Quattro 1984, modelo no qual estou segurando o pé na Wilzig Racing Manor. Na época, o Sport Quattro era surpreendentemente rápido, com um tempo de 0 a 100 de cerca de 4,5 segundos, mas não vamos ver esses números hoje. Relutei, mas prometi andar como uma idosa nipônica, em consideração ao fato de que o carro deve permanecer intacto, já que é mostrado em eventos de empresa e mídia.



Considerando a idade avançada, um pequeno desencontro mecânico não é de se estranhar – e há um pouco. Hoje em dia esquecemos que os carros nem sempre responderam como se fossem criados a partir de zeros e uns. Um breve contato com o acelerador revela que sim, o turbo lag era algo para o qual os pilotos de rali precisavam se planejar – usando seu pé esquerdo para frear enquanto mantinham o giro com o pé direito.

A direção é bem direta, por outro lado, me lembrando da BMW E30 contemporânea deste carro. O curso da alavanca de câmbio é mais uma prova de que as pessoas antigamente tinham braços maiores que as de hoje.

O Sport Quattro era um tapa buraco, preenchendo a lacuna entre o modelo A2 e o Sport Quattro S1 – que chegou ao final de 1985 e foi responsável pela última vitória da Audi no Grupo B do WRC. Durante 1985, o arisco Sport Quattro chegou na cola do Peugeot 205 T16 cinco vezes, o que deve ter frustrado e muito os pilotos Blomqvist e Walter Röhrl.



Mesmo assim, o Sport Quattro não é uma mera curiosidade na história do automobilismo. É um dos melhores exemplos homologados do Grupo B. Na época, oferecia o desempenho de um superesportivo na pele de um cupê plebeu com linhas levemente desajeitadas.

Quando novos, cada uma das 224 unidades custava 203.850 marcos. Com a cotação do dólar (nem tente converter para o Cruzeiro da época e atualizar pela inflação…) de 1984 na casa dos 2,8, o preço chegava a cerca de US$ 72.800. Corrigido pela inflação, isso dá cerca de US$ 160.000 em 2011. Não parece muito – cerca de um Aston Martin no exterior – até você lembrar que em 1984 existiam apenas 12 bilionários nos Estados Unidos. Hoje existem 412. Talvez um deles me deixe rodar com mais vigor em um Sport Quattro.



Fonte: jalopnik

Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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