tattoos

Friday, October 28, 2011

Teste: Nissan Versa chega ao Brasil de olho na nova classe média

Fotos: Rodrigo Machado/CZN

Teste: Nissan Versa chega ao Brasil de olho na nova classe média
Nissan traz o mexicano Versa para brigar entre os sedãs compactos no Brasil



por Rodrigo Machado

Auto Press




A Nissan resolveu mudar de tamanho no Brasil. E a decisão passa por três passos importantes. Primeiro, introduzir o hatch compacto March no mercado. Depois, anunciar a construção de uma nova fábrica – que será em Resende, no Sul do Rio de Janeiro.
E, agora, lançar no mercado brasileiro o sedã Versa, a nova geração Tiida sedã. O novo três volumes da marca japonesa representa também uma mudança na estratégia de abordagem entre os compactos no Brasil. Agora, a fabricante vai apostar no miolo do segmento – a faixa que fica entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. É aí que se vende a grande maioria dos sedãs compactos por aqui – e onde Fiat Siena e Volkswagen Voyage disputam a liderança do segmento. É na briga com os dois que a Nissan quer ganhar volume. Para isso, teve que apelar para o preço. O novo carro chega às concessionárias em novembro, com valores que começam nos R$ 35.490.



Serão três versões de acabamento. A de entrada é a S e já vem com airbag duplo, direção elétrica progressiva, travas elétricas, computador de bordo, ajuste de altura do banco do motorista e rodas de aço de 15 polegadas. O inevitável opcional do ar-condicionado já aumenta a conta para R$ 37.990. A intermediária, chamada de SV, adiciona vidros elétricos nas quatro portas, ar-condicionado, retrovisores elétricos, rádio/CD/MP3/iPod e banco traseiro bipartido por R$ 39.990. Ainda existe a topo de linha SL, por R$ 42.900, que recebe ABS, rodas de liga leve de 15 polegadas e faróis de neblina. Ou seja, nem em sua configuração mais cara, o Versa alcança os R$ 44.500 cobrados pelo Tiida sedã.





A estratégia de lançar um carro com preço bem competitivo se explica. A Nissan pretende aumentar a sua participação no mercado que atualmente é de 2%, para 5% em 2015. Isso significa dizer que, no momento, é mais importante para a marca ganhar escala, ter maior representatividade no mercado e se firmar como uma boa opção de compra. Aí aparece também a importância da nova fábrica que a marca irá construir em Resende e que a partir de 2014 vai produzir 200 mil carros por ano. Na unidade, já foram confirmadas as fabricações tanto do Versa como do March, hatch que tem a mesma plataforma do sedã.



Apesar de ser feito na mesma plataforma, a V, o Versa não é uma “versão sedã” do March. Visualmente os carros se diferem bastante. Enquanto o hatch tem um visual “fofinho”, o três volumes é mais sóbrio. A dianteira tem como destaque a grade em formato trapezoidal com quatro frisos e cromada nas extremidades. Os faróis são grandes e invadem a lateral do veículo. No perfil não há grandes ousadias. O que mais agrada é o corte diagonal no vidro traseiro. Na parte posterior, o Versa tem lanternas em formato de bumerangue, que escapam para as laterais do veículo.







Na parte mecânica, a Nissan fugiu do segmento de sedãs de entrada e equipou o seu carro com um motor de boa capacidade. Está lá o 1.6 16V com comando variável de válvulas que também está nas versões mais caras do March. Ele desenvolve 111 cv a 5.600 rpm tanto com etanol quanto com gasolina e tem torque de 15,1 kgfm a 4 mil giros. A transmissão é manual de cinco marchas.



A expectativa da Nissan com o seu novo sedã é vender algo como 2 mil carros por mês, média bem superior em relação às 540 unidades mensais desse ano do Tiida sedã – que continuará a existir no mercado brasileiro, assim como no mexicano, onde ambos são feitos. Se a previsão se concretizar, apenas com os carros da plataforma V, March e Versa, a Nissan vai conseguir dobrar o seu número de vendas no Brasil. Daí se explica tanto barulho que a fabricante está fazendo para os seus novos modelos, focados para a crescente e cobiçada nova classe média brasileira.







Ponto a ponto




Desempenho – O motor mexicano de 111 cv dá vitalidade ao sedã compacto. Com ele, o Versa se torna um modelo até esperto em situações urbanas. Com o comando variável de válvulas, o carro tem força suficientes em baixas rotações. Se for necessária alguma manobra mais ousada, é bom lembrar que a força máxima só surge aos 4 mil giros. Já o câmbio é bem escalonado e preciso. Nota 7.

Estabilidade – O Versa é um carro bem acertado dinamicamente. Tem uma suspensão com rigidez necessária para fazer curvas bem. A carroceria rola pouco, e a sensação de segurança é constante. A comunicação entre rodas e volante também é boa. Nota 7.

Interatividade – A versão testada SL tinha como equipamento de série o que a Nissan chama de Fine Vision, que deixa o painel de instrumentos com iluminação branca e marcadores vermelhos. Com isso, a visibilidade é muito boa. Os comandos são bastante intuitivos, o câmbio tem engates macios e a embreagem tem o peso certo. Falta, no entanto, um volante multifuncional e um ajuste de altura da coluna de direção mais amplo – ela só pode ser ajustada de baixo para mais baixo ainda. Nota 7.

Consumo – Durante o teste, o computador de bordo do Versa marcou uma média de 7,5 km/l de etanol. A Nissan fala em algo bem melhor, na faixa dos 10 km/l em ciclo misto com o combustível derivado da cana-de-açúcar. Nota 7.

Tecnologia – O propulsor 1.6 tem quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas, soluções modernas. Mas, mesmo assim, ele rende apenas 111 cv e tem torque máximo somente em rotações elevadas – limites que propulsores sem esses artifícios já conseguem superar. A plataforma é a V – semelhante à B-zero usada pela Renault – e é utilizada em diversos carros da marca em todo o mundo e bem moderna. Como itens de série, todos os Versa já vem com airbag duplo e direção elétrica. Falta o ar-condicionado de fábrica, equipamento praticamente essencial nesse segmento. Nota 8.







Conforto – É o grande destaque do Versa. A boa distância entre-eixos de 2,60 metros deixa o interior do carro muito espaçoso. Há espaço para cinco ocupantes viajarem sem grandes problemas. Até com os bancos dianteiros em sua posição mais recuada possível, quem fica nos assentos traseiros não chega a encostar a perna no dianteiro. Os bancos também são  confortáveis, com ótimo apoio lateral. A suspensão faz bem o seu trabalho e absorve com competência as imperfeições do asfalto. Nota 9.

Habitabilidade – Apesar do excelente espaço interno, a Nissan não se aproveitou disso para criar muitos porta-objetos. O maior e mais útil porta-trecos fica no console central, em frente ao câmbio. Fora isso, é difícil achar um espaço para guardar meros celular e carteira. Todas as portas, no entanto, têm excelente ângulo de abertura, o que facilita a entrada dos ocupantes. O porta-malas leva 460 litros. Nota 7.

Acabamento – É correto. Como era de se esperar, os plásticos são rígidos, mas são bons de se tocar e de se olhar. Os encaixes são precisos e quase não há sinais de rebarbas. As portas têm pedaços revestidos de tecido. Os bancos são de tecido, mas bem acabados e confortáveis. Nota 8.

Design – O desenho do Versa é sóbrio, mas agrada. As linhas são bem harmônicas e mostram desenho bem equilibrado. Destaque para a linha do vidro dianteiro, que termina em um corte diagonal, e para a frente com a grade imponente. Nota 7.

Custo/benefício – É um dos grandes apelos do Versa. De fábrica, o modelo vem bem equipado desde a sua versão de entrada e custa R$ 35.490. Para ganhar ar-condicionado, o Versa pula para R$ 37.990. Para alcançar esse nível de equipamento, Volkswagen Voyage custa R$ 49 mil e Fiat Siena, R$ 48 mil. Ou seja, uma grande vantagem para o sedãzinho da Nissan. Nota 8.

Total – O Nissan Versa somou 75 pontos em 100 possíveis.



Primeiras impressões



Na medida certa



Campos do Jordão/SP – Durante a apresentação do Versa, a Nissan avisou que desenvolveu o carro para brigar no meio do segmento dos sedãs compactos. Não queria atacar a parte mais popular do mercado, onde o Chevrolet Classic reina, e nem a parte mais requintada, onde estão Volkswagen Polo, Honda City e Fiat Linea. Portanto, era preciso criar um carro bem competitivo para superar rivais já bem estabelecidos no mercado, como Fiat Siena e Volkswagen Voyage. E nessa tarefa, a marca nipônica foi bem.



O design pode até não empolgar muito – lembra um Tiida sedã mais arrumadinho, com desenho bem mais inspirado na traseira –, mas o porte impressiona. Mesmo visto de fora, o Versa é espaçoso. E o espaço interno é farto para todo mundo. Mesmo quem for no banco traseiro não precisa se preocupar em bater a perna no assento dianteiro. Um quinto ocupante viaja sem problemas, já que quase não há túnel central. Atrás, o único ponto negativo é um ressalto no teto nas laterais, que faz com que os mais altos acabem encostando a cabeça. Quem viaja na frente vai muito confortável. A marca usou bancos com apoios laterais, que ajudam a segurar os ocupantes no lugar durante as curvas. A cabine ainda revela um acabamento bem cuidado, com materiais de bom toque e bem encaixados.



Em movimento, o sedã se mostra mais discreto. O motor 1.6 16V até move o Versa com fôlego, mas apenas suficiente para um comportamento correto nas cidades. Apesar de ter comando variável de válvulas, ele só tem o seu torque máximo disponível em 4 mil giros, uma faixa pouco usada no uso urbano. O câmbio manual de cinco velocidades é outro que mostra qualidade. Ele é bem escalonado e tem engates precisos.



No comportamento da suspensão, assim como no desenho, a Nissan não ousou. Procurou um acertou neutro, entre o muito rígido e bom de curvas e o muito molenga que favorece o conforto. O resultado é que o Versa fica realmente no meio termo. Nas curvas, até rola pouco, mas não inspira nenhum tipo de direção mais ousada. Já os buracos são superados com conforto, sem passar grandes solavancos para o interior da cabine.







Ficha técnica



Nissan Versa



Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.

Potência máxima: 111 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.

Aceleração 0-100 km/h: 11,1 segundos com gasolina e 10,7 segundos com etanol.

Velocidade máxima: 189 km/h.

Torque máximo: 15,1 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.

Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e molas helicoidais.

Pneus: 185/65 R15.

Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD na versão SL.

Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,45 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,51 m de altura e 2,60 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.

Peso: 1.069 kg.

Capacidade do porta-malas: 460 litros.

Tanque de combustível: 41 litros.

Produção: Aguascalientes, México.

Lançamento mundial: 2011.

Lançamento no Brasil: 2011.

Itens de série: Ar-quente, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, conta-giros, direção elétrica, tampa de combustível com abertura interna, volante com regulagem de altura, rodas de aço de 15 polegadas, airbag duplo, cintos de segurança de três pontos com pré-tensionadores e travas elétricas.

Preço inicial: R$ 35.490.



Fonte: motordream.

Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

No comments:

Post a Comment

 

blogger templates | Blogger