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Monday, October 24, 2011

Teste: Freemont Precision coloca a Fiat no topo

Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/CZN

Teste: Freemont Precision coloca a Fiat no topo
Versão “top” Precision ajuda o Freemont a levar a imagem da Fiat a um patamar superior



por Rodrigo Machado

Auto Press




Hoje em dia, para vender carros, as fabricantes tentam atender mais o desejo do consumidor do que suas reais necessidades. É o que os departamentos de marketing gostam de chamar de “aspiracional” – ou seja, a opção de oferecer ao cliente um modelo que represente o estilo de vida que ele quer ter, mesmo que não seja algo realmente adequado e prático ao seu cotidiano atual.
Mas não é só quem compra carro que sonha ser algo diferente do que é. As marcas também têm “sentimentos” parecidos. É o caso da Fiat. Depois de 35 anos no Brasil, a empresa italiana – fortíssima no segmento de compactos – começa a ir atrás do seu desejo de ser mais requintada. E o maior expoente dessa proposta é o recém-lançado Freemont. E, principalmente, a versão Precision do utilitário esportivo. Que, não por acaso, é o carro mais caro que a Fiat já vendeu no Brasil.



É nessa configuração que está o máximo que marca italiana pode oferecer por aqui no momento. E a lista de equipamentos mostra bem isso. Estão lá ar-condicionado de três zonas, direção hidráulica, ABS com EBD, airbags frontais, laterais e de cortina, banco do motorista com ajuste elétrico, sistema de partida por botão, controle de estabilidade, de tração e terceira fileira de bancos. A versão para imprensa ainda era equipada com o rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth com tela de 8 polegadas sensível ao toque. Mas a Fiat teve problemas com a importação do sistema e atualmente só oferece nas concessionárias nacionais a tela com 4,3 polegadas – a maior só deve chegar no segundo semestre do ano que vem. De qualquer forma, um conteúdo que ninguém espera encontrar em um carro da Fiat.



A etiqueta de preço é outra surpresa. O Freemont Precision custa R$ 86 mil e pode ir a R$ 91.740 quando equipado com teto solar, bancos de couro e pintura metálica. É um preço elevado, ainda mais ao se levar em conta que ele vem do México, não recolhe nem os 35% de imposto de importação e nem recebe o aumento de 30 pontos percentuais no IPI – o que melhora ainda mais a lucratividade da fabricante com a importação.







E depois do primeiro mês cheio de vendas, já se pode dizer que a missão do Freemont de trazer requinte à Fiat começa a ser cumprida. Em setembro, foram comercializadas 617 unidades do modelo. Concorrentes já posicionados no mercado como o Chevrolet Captiva não ficaram muito longe – 962 unidades comercializadas. O Freemont não chega ainda à expectativa da marca, de superar os mil exemplares mensais. Mas é um bom começo – e as “sanções tributárias” que devem afligir alguns concorrentes coreanos, japoneses e europeus podem ajudar a embalar as vendas.



O Freemont está posicionado bem no meio do segmento de crossovers. Se a opção for para um familiar de sete lugares, os concorrentes seriam Kia Carens, por R$ 76.900, e Citroën Grand C4 Picasso, por R$ 92 mil. Se o cliente não fizer questão da fileira extra de bancos, aí surgem carros como com apelo mais de utilitário esportivo – como o Honda CRV, que parte de R$ 85,7 mil.







Mas, mesmo com poucos rivais diretos, obviamente, é preciso ter um produto decente para enfrentá-los. E, nesse ponto, a Fiat foi bem esperta. Em vez de fazer o Freemont em cima do Journey que é vendido no Brasil e já conhecido desde 2008, foi buscar no modelo que é comercializado nos Estados Unidos a sua “inspiração”. Lá, o modelo da Dodge ganhou uma leve reestilização em 2011, mas que também incluiu uma remodelação no interior do carro. Ou seja, pela diferença entre os dois veículos no Brasil, pode parecer que as mudanças proporcionadas pela Fiat em seu modelo foram significativas. Mas isso não é verdade, ao menos no campo estético.



Na mecânica, a marca italiana declara que fez alterações na suspensão para deixar o carro ao gosto do cliente local. A configuração é a mesma usada pelo Journey – ou seja, McPherson na frente e Multilink atrás. Mas amortecedores, molas e a rigidez foram alteradas. O motor também é diferente. Enquanto o Dodge conta com um V6 de 2.7 litros e 184 cv, o Fiat é equipado com um quatro cilindros de 2.4 litros, com duplo comando variável de válvulas, 172 cv a 6 mil rpm e 22,4 kgfm de torque a 4.500 giros – o mesmo usado no PT Cruiser, com algumas melhorias.



Já a plataforma é um puro exemplo de globalização. Ela foi desenvolvida em 2005, na época que a Dodge fazia parte da DaimlerChrysler, em parceria com a Mitsubishi. Ou seja, o Freemont é um italiano feito no México com chassi planejado conjuntamente por alemães, norte-americanos e japoneses. Essa “Babel sobre rodas” pode ser o impulso que faltava para sofisticar a imagem da Fiat no Brasil.







Ponto a ponto



Desempenho – A combinação de um motor com potência apenas discreta e um peso total de mais de 1.800 kg não poderia resultar em um desempenho avassalador. O Freemont é um tanto tímido nas arrancadas e retomadas. O câmbio automático de somente quatro velocidades também não colabora na performance do crossover da Fiat. O zero a 100 km/h é feito na faixa dos 13 segundos. Nota 6.



Estabilidade – Não é dos SUVs mais altos e tem uma boa largura. Por isso, o Freemont é um veículo até correto nesse aspecto. O fato de as rodas estarem posicionadas bem na extremidade da carroceria também ajuda a enfrentar as curvas com boa capacidade dinâmica. Não chega a ser um “devorador de curvas”, mas o Freemont passa a sensação de segurança necessária para um veículo familiar. Nota 7.



Interatividade – O Freemont é bem resolvido neste quesito. Conta com comandos intuitivos e de uso simples. O computador de bordo com tela colorida tem funcionamento correto e é comandado por botões no volante multifuncional. Mas o destaque mesmo é a tela de 8 polegadas touch screen no console central – que por enquanto ainda não está disponível no Brasil. Ela controla desde o rádio, até o ar-condicionado. Entretanto, torna-se evidente a falta de um GPS em um equipamento tão vistoso. A versão Precision adiciona itens

interessantes como sensor de estacionamento traseiro e banco do motorista com regulagem elétrica. Nota 8.



Consumo – O Inmetro ainda não realizou medições de consumo do modelo. O computador de bordo do Freemont marcou uma média de 7,4 km/l com gasolina. Nota 6.



Conforto – A vida a bordo do Freemont é bem tranquila. O espaço interno é farto para cinco adultos – na última fileira, apenas crianças conseguem viajar com alguma comodidade. A suspensão macia também faz o seu trabalho com competência ao filtrar bem as imperfeições dos asfaltos brasileiros. Os bancos de couro da versão Precision são confortáveis e recebem bem os ocupantes. Nota 8.







Tecnologia – O Freemont usa a mesma plataforma do Journey, da época da Daimler Chrysler, de 2005. É relativamente moderna e conta com suspensão traseira independente do tipo Multilink. O motor conta com duplo comando variável de válvulas e comando duplo no cabeçote, mas é o mesmo bloco usado no retrô PT Cruiser desde o seu lançamento, há mais de 10 anos. A lista de equipamentos da configuração Precision é bem completa, com seis airbags, ar-condicionado de três zonas, sensor de estacionamento e retrovisores eletricamente rebatíveis. Nota 8.



Habitabilidade – A grande cabine do Freemont é cheia de porta-objetos para guardar as quinquilharias tradicionais. Ainda há soluções interessantes, como o espaço no assoalho traseiro para guardar gelo e bebidas. O porta-malas leva 145 litros com a terceira fileira de bancos em uso e 580 litros com apenas a terceira fileira abaixada. Nota 9.



Acabamento – A Fiat usou o mesmo acabamento que está no Journey reestilizado, que já é vendido nos Estados Unidos. Ou seja, representa uma boa evolução em relação ao SUV da Dodge que é vendido por aqui. O Freemont conta com uma boa difusão de materiais de toque macio no interior e com peças muito bem encaixadas. É o Fiat mais bem acabado à venda no Brasil. Nota 8.



Design – O Freemont tem a mesma cara que já anda no Brasil desde 2008 com o Dodge Journey. Exceto por algumas pequenas modificações, como grade dianteira e lanternas traseiras, é a mesma carroceria. Ou seja, mantém o aspecto de carro robusto e imponente que o crossover da marca norte-americana tem. O problema é que foge completamente da proposta de design dos outros carros da Fiat, muito mais fluida e orgânica. Nota 7.



Custo/Benefício – Na mesma faixa de preços, o Freemont não tem um concorrente direto. Com sete lugares, apenas minivans como a Kia Carens e a Citroën Grand C4 Picasso. Já para o lado dos SUVs, mas sem a terceira fileira de bancos, existem Honda CRV, Peugeot 3008, Hyundai ix35, Kia Sportage e Chevrolet Captiva, todos mais caros. A versão Precision adiciona ar-condicionado de três zonas, banco do motorista com regulagem elétrica, barras no teto, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos com rebatimento elétrico, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas, airbags de janela e de cortina – tudo por R$ 4,1 mil a mais que a configuração de entrada Emotion, que sai por R$ 81,8 mil. Nota 7.



Total – O Fiat Freemont Precision somou 74 pontos em 100 possíveis.







Impressões ao dirigir




Virtudes interiores



O visual do Freemont não é de chamar muita atenção, até pela sua proximidade com o Journey, mas agrada pela robustez. Entretanto, os olhares curiosos são inevitáveis quando se percebe a logomarca que está na grade dianteira. Sem dúvida, o brasileiro não está acostumado a ver um Fiat deste porte, acabamento e motor. Por isso, é comum ouvir a pergunta: “Isso é mesmo um Fiat?”. E, na essência, não é. O modelo é o Dodge Journey, vendido aqui desde 2008, com algumas melhorias pontuais.



É o caso do acabamento. A Fiat foi buscar o painel no Journey americano – e fez bem. O interior é muito bem acabado, com materiais agradáveis ao toque e aos olhos. O painel usa plásticos do tipo soft-touch e os encaixes são bem precisos. Destaque também para a tela de 8 polegadas que comanda o sistema de entretenimento e tem ótima interface, mas que só deve chegar ao Brasil no segundo semestre do ano que vem.



A cabine continua a impressionar pelo espaço interno. O Freemont tem muito espaço na cabine, tanto para quem vai na frente, como para quem viaja atrás. Dá para levar cinco adultos sem maiores problemas. Se a família for ainda maior, duas crianças podem ser “encaixadas” na terceira fileira de bancos. E essa versatilidade do interior não é difícil de ser verificada. Abaixar ou levantar os bancos é uma tarefa simples, que depende apenas de apertos de botões e encaixes.







Em movimento, no entanto, o Freemont não anima muito. Mesmo tendo duplo comando variável de válvulas, o motor de 172 cv a 6 mil rpm parece ser fraco para mover os mais de 1.800 kg. É preciso pisar fundo e ter um pouco de paciência para ver o crossover chegar a velocidades elevadas. A transmissão automática de quatro velocidades é outro ponto fraco do carro da Fiat. As relações são muito longas e as trocas não são das mais rápidas.



Em curvas, o Freemont se mostra bem correto. Mesmo com uma suspensão macia, que privilegia o conforto, o veículo não chega a fazer menção de desgarrar. Claro que não é uma proposta esportiva, mas chega ser até surpreendente a destreza que o carro supera um trajeto sinuoso. Mas mesmo com bons atributos, o principal argumento de vendas não é o próprio carro em si. Com mais de 560 concessionárias espalhadas pelo país, a Fiat disponibiliza o veículo em quase todo o Brasil. Ou seja, coloca o modelo feito no México onde nenhum Dodge jamais esteve.







Ficha técnica



Fiat Freemont Precision 2.4



Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 2.360 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando no cabeçote e duplo comando variável de válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.

Potência máxima: 172 cv a 6 mil rpm.

Aceleração 0-100 km/h: 12,9 segundos.

Velocidade máxima: 190 km/h

Torque máximo: 22,5 kgfm a 4.500 rpm.

Diâmetro e curso: 88 mm X 97 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, com barra estabilizadora e molas helicoidais. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 225/65 R17.

Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.

Carroceria: Utilitário esportivo em monobloco com quatro portas e sete lugares. Com 4,88 metros de comprimento, 1,87 m de largura, 1,75 m de altura e 2,89 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e do tipo cortina de série na versão.

Peso: 1.809 kg com 571 kg de carga útil.

Capacidade do porta-malas: 580 litros, 2.301 com a segunda fileira de bancos rebatida.

Tanque de combustível: 77,6 litros.

Produção: Toluca, México.

Lançamento mundial: 2011. Lançamento no Brasil: 2011.

Itens de série: ar-condicionado de três zonas, ABS, EBD, BAS, airbags dianteiros, laterais e de janela, banco do motorista com regulagem elétrica, sistema keyless, controle de estabilidade e de tração, direção hidráulica, faróis de neblina, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth com tela sensível ao toque, cruise control, rodas de liga leve de 17 polegadas, sensor de estacionamento, sensor de chuva e luminosidade e volante revestido em couro.

Preço inicial: R$ 86 mil.

Itens opcionais: Teto solar, bancos revestidos em couro e pintura metálica.

Preço do completo: R$ 91.740.



Prós:

# Habitabilidade.

# Conforto.

# Acabamento.



Contras:

# Desempenho.

# Consumo.

















Fonte: motordream

Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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