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Thursday, October 20, 2011

Paccar antecipa planos para América do Sul

Luciana Duarte, especial para AB
www.automotivebusiness.com.br

Os planos milionários traçados pela norte-americana Paccar vão além de conquistar a preferência dos frotistas e 10% do mercado regional até 2020. A subsidiária brasileira planeja abrir um Centro de Distribuição de Peças e exportar caminhões DAF para vários países da América do Sul.

A partir de 2013, a planta industrial de 30 mil m², em Ponta Grossa, Paraná, produzirá 15 mil caminhões médios da linha LF, semipesados CF e os extrapesados XF 105. A primeira fábrica da DAF Caminhões estabelecida em um país emergente receberá aporte inicial de US$ 200 milhões.

Sessenta fabricantes de peças e sistemas estão em negociação para abastecer a linha de montagem. Na lista de fornecedores já confirmados, estão Cummins, Meritor e Automotiva Usiminas fornecerão os motores, eixos e cabines. Serão importados da Holanda os motores Paccar MX 12,9 litros com tecnologia Euro 5 de pós-tratamento SCR, para equipar os caminhões semipesados e pesados.

A DAF Caminhões foi comprada pela norte-americana Paccar em 1996. Sucesso de vendas na América do Norte, Europa, e Ásia, os caminhões DAF são produzidos em Eindhoven, na Holanda, Leyland, no Reino Unido, e Waterloo, na Bélgica - onde a montagem do veículo é integrada com a produção de motores, cabines, eixos e chassis.

caminhão DAF desfila nas ruas de Ponta Grossa (PR) que terá fábrica da Paccar
Nesta entrevista exclusiva concedida a Automotive Business, Bob Christensen, vice-presidente executivo da Paccar, avesso a fotografias, apresenta com entusiasmo parte do time que conduzirá as operações no País. Marco Antonio D'Ávila foi nomeado a presidente da DAF Brasil, Michael Kuester assume o cargo de diretor comercial e Donald Stewart o de diretor financeiro. Na função de recursos humanos, Rob Van Den Nieuwenhof terá o desafio de encontrar profissionais experientes e qualificados para a nova fábrica: “O time não está completo”, avisa o executivo. Confira a seguir a entrevista.

Automotive Business – Como a Paccar enxerga o atual estágio de desenvolvimento do mercado de caminhões no Brasil?
Bob Christensen – Na América do Sul o Brasil é o mais importante mercado, com vendas no patamar de 170 mil veículos comerciais acima de 6 toneladas. É uma região que oferece excelentes oportunidades para a linha DAF. Esperamos crescimento nos próximos anos. Com certeza haverá períodos de retração, devido às questões de curto prazo, mas as perspectivas na economia brasileira são excelentes. Nesse sentido, o mercado de caminhões deve acompanhar o crescimento do Produto Interno Bruto.

Automotive Business – Quais planos estão traçados para a subsidiária brasileira?
Bob Christensen – A fábrica em Ponta Grossa é a primeira da Paccar entre os países do Bric. A cidade tem logística muito boa, está próxima de importantes portos e dos nossos fornecedores, o que facilita a entrega dos veículos completos no mercado interno e exportação. Iniciamos as vendas de veículos série CF no Chile, Equador e Peru este ano. No momento estamos importando da Europa os veículos para atender estes mercados. Mas o objetivo é utilizar a planta brasileira e exportar para toda a América do Sul, oferecendo o mesmo nível de produtos e serviços que predominam no portfólio da marca no mundo.

Automotive Business – E como competir com as montadoras já estabelecidas nesses países?
Bob Christensen - A DAF, Kenworth e Peterbilt são marcas conhecidas e preferidas por clientes em todo o mundo. Nos últimos anos os Kenworth da Paccar conquistaram uma participação significativa em países da América do Sul, a oeste dos Andes. O nosso objetivo é introduzir com sucesso os caminhões DAF nesses países. Ofertamos veículos com baixo custo operacional, conforto ao motorista e um excelente desempenho em todas as condições na estrada. Os nossos caminhões têm bom valor de revenda e os compradores de caminhões usados pagam por essa durabilidade. Além disso, a rede de concessionários garantirá a disponibilidade de peças e um serviço excelente.

Automotive Business – Isso explica a decisão recente de abrir um Centro de Distribuição de Peças em Santiago, no Chile?
Bob Christensen – Sem dúvida. Este centro de distribuição de peças é apenas o primeiro a dar suporte à estratégia de crescimento nos países que atuamos. Mas não será o único, outros serão abertos no Brasil e em pontos estratégicos a serem definidos para dar apoio às revendas e suporte aos clientes.

Automotive Business – A Paccar quer atingir 10% de participação do mercado até 2020. A Iveco Latin America em dez anos de operação não atingiu essa marca. Como pretende alcançá-la?
Bob Christensen – A DAF tem uma reputação enorme na Europa por ofertar produtos de qualidade e dar suporte excelente ao cliente. No Brasil vamos reunir todas essas virtudes para oferecer um excelente produto para a nossa rede.

Automotive Business – Como essa rede será estruturada no Brasil?
Bob Christensen – A DAF terá 120 revendas independentes escolhidos de forma criteriosa em cada região brasileira. As primeiras nomeações serão anunciadas em 2012, outras revendas ao longo de 2013. O grupo terá empresários com profundo conhecimento dos clientes e das exigências do mercado local.

Automotive Business – Já foram definidos os principais fornecedores? Quem são?
Bob Christensen – Estamos em discussões com diversos fornecedores, mas ainda é cedo para lançar nomes. Posso adiantar que serão 60 principais, a maioria tem operações no Brasil e já são fornecedores de peças e sistemas globais da Paccar. Todos estão localizados a até um dia de viagem da planta paranaense.

Automotive Business – Qual a taxa de nacionalização dos veículos?
Bob Christensen – A maioria dos componentes será entregue por fornecedores locais. A meta é superar 60% de conteúdo nacional e se qualificar para o Finame. A montagem dos caminhões será semelhante à de nossas fábricas no Nafta e na Europa.

Automotive Business – Nos Estados Unidos e na Europa as revendas de caminhões recebem o suporte da Paccar Financial Services. Esse modelo de operação será adotado aqui?
Bob Christensen – O plano inicial é usar um grande banco brasileiro, com ampla cobertura em todo o País para oferecer linhas de créditos aos transportadores.

Automotive Business – Os caminhões DAF serão equipados com motores Paccar e Cummins. Quais são as potências?
Bob Christensen – Os veículos semipesados e pesados CF e XF 105 terão motores Euro 5 SCR da Paccar, MX, importados da Holanda. Já a linha LF, de caminhões médios, utilizará motores da Cummins feitos no Brasil. Existem várias classificações em cada um dos nossos modelos. A LF terá 185 a 300 hp, a CF e XF 105 até 510 hp e torque de até 2.500 Nm. Para cumprir as rigorosas normas de emissões Euro 5 adotaremos a tecnologia de pós tratamento SCR. É simples, confiável e eficiente.

Automotive Business – Os veículos já foram testados?
Bob Christensen – Sim, os resultados dos testes rigorosos da DAF caminhões na região têm sido excelentes até agora. Foram mais de 1 milhão de quilômetros rodados na América do Sul, incluindo o Brasil, nos últimos dois anos. Os veículos foram testados em condições extremas para avaliação de sua durabilidade. Nosso objetivo é validar o desempenho dos veículos, utilizando diesel local e dirigindo nas mais variadas condições de estradas brasileiras e nos países andinos.

Automotive Business – Qual a participação da Paccar nos mercados em que atua?
Bob Christensen - Na Europa o market share é de 15% no mercado acima de 15 toneladas, na Austrália de 20% e no Nafta de 30%. A DAF é líder no Reino Unido, Holanda, Bélgica e Portugal, onde é representada pela Evicar, Comércio de Camiões S.A. Esses resultados refletem o contínuo progresso da DAF a caminho do objetivo de atingir 20% de market share a médio prazo.

Automotive Business – O que o frotista pode esperar na Fenatran?
Bob Christensen - Na Fenatran o frotista terá a oportunidade de conhecer de perto toda a nossa linha DAF LF, CF e XF 105. Além desses caminhões vamos exibir a família de motores Paccar. Também mostraremos uma gama completa de soluções visando aumentar o desempenho do transporte.


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