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Tuesday, October 25, 2011

Comparativo exclusivo: Mercedes CLS 63 AMG versus Porsche Panamera Turbo S

Escrito por Heymar Lopes Nunes

Na teoria esses dois quatro portas alemães são parecidos. Mas na prática, bem diferentes.

Em alguns momento os fatores emocionais e sensações neutralizam a frieza dos números.
Antes de fazer este teste eu já sabia que o Panamera Turbo S era o mais rápido e melhor deles, mas depois dos primeiros quilômetros ao volante do Mercedes CLS 63 AMG, começo a ignorar as fichas técnicas deles. Ali diz que o Mercedes demora 0.6 s a mais que o Panamera para chegar aos 100 km/h, pois perde do Porsche em torque e potência. Mas este teste parece que vai colocá-los muito mais próximo do que os números – além dos R$ 105 que os separam – sugerem.



O Panamera Turbo S tem 535 cv, em comparação com o Panamera regular de 486 cv. Além dos 49 cv a mais, o ‘pacote’ S adiciona controle dinâmico da carroceria (PDCC), vetorizador de torque (PTV), suspensão ativa pneumática (PASM), Sport Chrono Turbo com ‘overboost’, lindas rodas de 20 pol., bitola traseira mais larga, acabamento em couro de dois tons e sistema se som Bose. Custando R$ 305 mil (na Europa), o S custa R$ 50 mil a mais que o já interessante – e rápido – Panamera Turbo.



    CLS  63 AMG custa R$ 200 mil e tem 518 cv – ou 550 cv com o Performance Package opcional. Nos cronômetros o Panamera vence sempre, mas no posto de gasolina quem sorri é o motorista do Mercedes, que faz 12 km/l, contra 10 km/l do Porsche. Na vida real a diferença é maior: depois de 350 km mistos, o CLS 63 usou praticamente 20% a menos de combustível.



Os dias em que sentávamos num carro e começávamos a testá-lo não existem mais. No caso do CLS, o console central deverá receber sua atenção antes de usá-lo pela primeira vez. O seletor de programas em formato de O seria o caminho natural para isso, mas ainda há outros três botões e teclas. O número 1 seleciona os programas de condução, chamados de Efficiency, Sport, Sport+ e Manual. O próximo, controle de chassi que pode ser Comfort, Sport e Sport Plus. Ótimo, mas por que o programa de condução está ligado à calibração da direção hidráulica? Por que Comfort resulta em direção leve, artificial enquanto Sport Plus a deixa pesada? O terceiro controle é o botão AMG – que proporciona ao condutor personalizar sua seleção. E finalmente, o controle de estabilidade, que pode estar ligado, desligado ou num ponto intermediário.





   console central do Panamera mantém o desenho inspirado no Predador e traz pelo menos meia dúzia de chaves adicionais. O botão Sport da Porsche não apenas aumenta a sensibilidade e velocidade de resposta do acelerador e câmbio. Ele também seleciona um novo programa dos amortecedores – que você pode desativar. Sport Plus é mais rápido e firme, mas o programa do câmbio fica muito curto, com reduções feitas bem antes do desejado e trocas sem parar. Num autódromo isso seria fantástico, mas nas ruas chega a ser irritante. O controle de estabilidade (ESP) pode ser desativado em dois passos, mas graças à tração integral e muita estabilidade mecânica, ele proporciona escapadas divertidas de traseira. Nos dois carros o programa Sport é o conjunto mais pragmático e recompensador. No Porsche o câmbio PDK troca de marchas de forma bruta e esportiva, graças ao torque máximo que era de 76, 4 e passou a 81, 5 kgfm. No Mercedes, Sport significa direção maravilhosamente calibrada, resposta mais precisa do acelerador e trocas de marcha 25% mais rápidas.



Os dois fabricantes optaram por motores V8 biturbo acoplados diretamente a câmbios de sete marchas com trocas na borboletas. Para extrair 49 cv extras da unidade de 4.8 l, a Porsche instalou turbinas de baixa inércia, que produzem mais pressão em menores rotações, resultando em respostas melhores e mais rápidas aos comandos do acelerador. A rotação máxima é de 6.700 rpm e o S produz 76,4 kgfm entre 2.250 e 4.500 rpm. O Overboost está disponível desde os 2.500 até os 4.000 rpm.



O motor V8 5.5 l biturbo do Mercedes precisa de apenas 5.250 rpm para entregar os 518 cv. O torque máximo de 71,3 kgfm está disponível desde os 1.700 até os 5.000 rpm. Apesar de girar até os 6.400 rpm, os últimos 1.000 rpm servem apenas para gerar uma sinfonia para os ouvidos.



Apesar de que o câmbio PDK de dupla embreagem e sete marchas do Porsche ser mais eficiente e rápido que um automático convencional, sua atuação em baixos e médios regimes do motor deixa um pouco a desejar. Graças a uma embreagem multidisco úmida instalada no conversor de torque do CLS, as respostas são mais eficazes.



Os dois carros são considerados coupés do quatro portas e talvez essa configuração sirva também para anular algumas de suas deficiências. Que incluem a dificuldade de acesso ao interior, principalmente aos bancos traseiros, a falta de espaço para a cabeça e pernas e a visão traseira comprometida por causa de seus desenhos. Mas comparados a pseudo-coupés como o Aston Martin Rapide, esses dois acomodam dois adultos na traseira até com certo conforto. A capacidade dos porta-malas do Porsche (432 l) e do Mercedes (520 l) são bons o suficiente para suas propostas.



Tendo utilizado um Panamera Turbo nos últimos sete meses, sei que leva tempo para descobrir suas habilidades. Mas mesmo com a versão S sendo 0.4 s mais rápida, isso não transparece, afinal, fica difícil melhorar seus já excelentes atributos de estabilidade, eficiência dinâmica, tração e grandes respostas em médias rotações. O S tenta nos impressionar com resposta mais afiada do programa do motor/câmbio ou com um ronco mais bravo, mas mesmo na versão com 535 cv fica difícil distinguir. Claro que há mais saúde em primeira e segunda marchas, melhor comportamento em terceira e quarta, mais músculos em sexta e sétima. Mas as diferenças são mais incrementais do que fundamentais. O Turbo S não gera emoções muito maiores que as de um Turbo. Esperava muito mais adrenalina dele.



O CLS 63 é mais competente para fazer os hormônios fluírem rápido. O carro avisa que seu acelerador não deve ser usado como um interruptor de luz, que a confiança em sua aderência em curvas não deve ser levada às últimas consequências e que sua condução requer alguma intervenção do condutor.



O fator mais negativo para o Porsche é que ele custa R$ 105 mil a mais que o Mercedes. O mais positivo é que ele é rápido, mais competente, um carro com conjunto melhor para qualquer ocasião. Mas isso não é o suficiente para incomodar ninguém na fábrica de Zuffenhausen.



Mas acima de tudo, trata-se de carros de alto desempenho, carros que são comprados em troca de emoções. Lado a lado, o Mercedes certamente é aquele que gera mais borboletas no seu estômago. O AMG tem mais pecados, mas é mais barato, compromissado e divertido, dá mais trabalho, mas recompensa o esforço extra. Ele é mais divertido, mais barato e mais econômico, por isso supera o Turbo S.





MERCEDES CLS 63 AMG


Motor: V8 5.461 cc 32V, 518 cv @ 5.250-5.750 rpm, 71,3 kgfm @ 1.700-5.000 rpm

Transmissão: Sete marchas automático, tração traseira

Desempenho: 0 a 100 km/h em 4.4 s, máxima de 250 km/h

Suspensão: MacPherson dianteira, pneumática traseira

Comprimento/largura/altura i 4.940/1.881/1.416 mm

Tanque: 80 litros

Peso: 1.870 kg

Consumo: 12 km/l

C02: 231 g/km





PANAMERA TURBO S

Motor: V8 4.806 cc 32V, 535 cv @ 6.000 rpm, 76,4 kgfm @ 2.250-4.500 rpm

Transmissão: Sete marchas automático, tração integral

Desempenho: 0 a 100 km/h em 3.8 s, máxima de 305 km/h

Suspensão: Triângulos duplos dianteira, Multi-Link traseira, molas pneumáticas

Comprimento/largura/altura: 4.970/1.931/1.418 mm

Tanque: 100 litros

Peso: 1.970 kg

Consumo: 10 km/l

C02: 270 g/km

 
Texto original de Georg Kacher, CAR Magazine, UK


Fonte: carmagazine

Disponível no(a):http://carmagazine.uol.com.br

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